quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Mitos sobre o parto

Esses dias uma moça justificou para mim, que teve seu filho de cesárea porque o cordão estava enrolado no pescoço do bebê. Esses e muitos outros mitos são justificados diariamente por mulheres que fizeram cesárea.
Então resolvi postar aqui uma tabela com os mitos e fatos feito pela enfermeira obstetra Ana Cristina no site Parto do Principio.
Espero que ajude.

Mito: Falta de dilatação
Explicação: Muitas mulheres hoje em dia dizem que não conseguiram ter um parto porque tiveram falta de dilatação.
Fato: Tecnicamente não existe falta de dilatação em mulheres normais. Ela só não acontece quando o médico não espera o tempo suficiente. A dilatação do colo do útero é um processo passivo que só acontece com as contrações uterinas.

Mito: Bacia Estreita
Explicação: Uma mulher com bacia estreita não teria espaço para a passagem do bebê
Fato: Existem situações não muito comuns em que um bebê é grande demais para a bacia da mulher, ou então está numa posição que não permite seu encaixe. Não mais que 5% dos partos estariam sujeitos a essa condição. Além disso, tecnicamente é impossível saber se o bebê não vai passar enquanto o trabalho de parto não acontecer, a dilatação chegar ao máximo e o bebê não se encaixar.

Mito: Parto Seco
Explicação: Um parto depois que a bolsa rompeu seria uma tortura de tão doloroso.
Fato: A verdade é que depois que a bolsa rompe o líquido amniótico continua a ser produzido, e a cabeça do bebê faz um efeito de "fechar" a saída, de modo que o líquido continua se acumulando no útero. Além disso o colo do útero produz muco continuamente que serve como um lubrificante natural para o parto.

Mito: Parto Demorado
Explicação: Um bebê estaria correndo riscos porque o parto foi/está sendo demorado.
Fato: Na verdade o parto nunca é rápido demais ou demorado demais enquanto mãe e bebê estiverem bem, com boas condições vitais, o que é verificado durante o trabalho de parto. Um parto pode demorar 1 hora como pode demorar 3 dias, o mais importante é um bom atendimento por parte da equipe de saúde. O que dá à equipe as pistas sobre o bebê são os batimentos cardíacos. Enquanto eles estiverem num padrão tranquilizador, então o parto está no tempo certo para aquela mulher.

Mito: Bebê passou da hora
Explicação: O bebê teria como uma "data de validade" após a qual ele ficaria doente
Fato: Os bebês costumam nascer com idades gestacionais entre 37 e 42 semanas. Mesmo depois das 42 semanas, se forem feitos todos os exames que comprovem o bem estar fetal, não há motivos para preocupação. O importante é o bom pré-natal. Caso os exames apontem para uma diminuição da vitalidade, a indução do parto pode ser uma ótima alternativa.

Mito: Cordão Enrolado
Explicação: A explicação é de que o bebê iria se enforcar no cordão umbilical
Fato: O cordão umbilical é preenchido por uma gelatina elástica, que dá a ele a capacidade de se adaptar a diferentes formas. O oxigênio vem para o bebê através do cordão direto para a corrente sanguínea. Assim, o bebê não pode sufocar.

Mito: Não entrou/não teve trabalho de parto
Explicação: A idéia aqui é de que a mulher em questão tem uma falha que a impede de entrar em trabalho de parto
Fato: A verdade é que toda mulher entra em trabalho de parto, mais cedo ou mais tarde. Ela só não vai entrar em trabalho de parto se a operarem antes disso.

Mito: Não tem dilatação no final da gravidez
Explicação: A explicação é que o médico fez exame de toque com 38/39 semanas e diz que a mulher não vai ter parto porque não tem dilatação nenhuma no final da gravidez.
Fato: Tecnicamente uma mulher pode chegar a 42 semanas sem qualquer sinal, sem dilatação, sem contrações fortes, sem perder o tampão e de uma hora para outra entrar em trabalho de parto e dilatar tudo o que é necessário. É impossível predizer como vai ser o parto por exames de toque durante a gravidez.

Mito: Placenta envelhecida
Explicação: A placenta ficaria tão envelhecida que não funcionaria mais e colocaria em risco a vida do bebê
Fato: O exame de ultra-som não consegue avaliar exatamente a qualidade da placenta. A qualidade da placenta isoladamente não tem qualquer significado. Ela só tem significado em conjunto com outros diagnósticos, como a ausência de crescimento do bebê, por exemplo. A maioria das mulheres têm um "envelhecimento" normal e saudável de sua placenta no final da gravidez. Só será considerado anormal uma placenta com envelhecimento precoce, por exemplo, com 30 semanas de gravidez.


Ana Cristina Duarte
Doula, Educadora Perinatal, Graduada em Obstetrícia pela USP Leste

3 comentários:

  1. Olá Renata!!!!! Excelente postagem!!!!
    A Gi estava não apenas com uma volta mas com duas e nasceu de parto normal!!!
    Infelizmente as mulheres não sabem, na verdade não acreditam que o parto normal é maravilhoso, e o pós-parto é melhor ainda...me lembro de estar descendo e subindo escadas na maternidade, logo no primeiro dia!!! rsrsrs...Queridas mamães..acreditem no parto normal e deixe com que seu bebê escolha o dia em que quer vir ao mundo!!!!
    Bjs
    Julien.

    ResponderExcluir
  2. Resumindo: todo mundo pode ter um parto normal... há muita lenda urbana então!
    A do cordão umbilical eu achei que sufocava mesmo....

    Beijo Re!

    Ass: Roberta

    ResponderExcluir
  3. É isso aí Rô, a maioria das mulheres podem ter um parto normal, a questão é encontrar um médico disposto a faze-lo.
    bjo!

    ResponderExcluir