quinta-feira, 13 de maio de 2010

Refletindo meu papel como mãe...


Sempre quis ser mãe, mas nunca pensei o porquê deste desejo, quando casei, fiquei entusiasmada com a ideia da maternidade, até que um dia escutei uma frase que me deixou sem rumo,"o que é ter sonhos próprios?" Essa pergunta ecoou dentro da minha alma, de forma um tanto dolorida, meu Deus será que tenho sonhos próprios?
Para explicar essa pergunta, o palestrante disse:
"Para saber se você tem sonhos próprios descubra quem você é".
Bom até aí foi fácil pensei eu, sou esposa, filha, educadora, mulher, amiga, trabalhadora...
E então ele disse:
"Agora se imagine em uma cama, sem poder levantar se para nada, quem você é agora? Os títulos foram embora, e agora você só esta consigo mesma."
Concluiu dizendo que não sabemos sonhar por nós mesmos, seguimos um manual social, achamos que essas concretizações somos nós. Ser esposa, mãe, mulher , amiga, profissional, são simples didáticas de aprendizado, somos muito mais complexos do que isso, e para sermos felizes não precisamos de nenhum desses títulos.
Essa reflexão me acompanha desde então. Ainda não aprendi a ter sonhos próprios, nem sei dizer muito bem como seria isso, me vejo ainda como os papeis sociais que conquistei, mas tenho buscado me conhecer para me libertar de tantos rótulos.
Hoje estou mãe, e todo dia me esforço pra não esquecer que ser mãe é só um recurso que a vida me deu para aprender, sou muito mais que este título.
Tento pensar que estou momentaneamente com o Pedro sob minha tutela, mas que ele tem vida própria, ele esta nesta vida não por mim, mas por ele, e que eu preciso ter a minha vida também.
Essa tarefa não é nada fácil, as vezes me pego desejando viver para me dedicar ao meu filho.
Muitos me diriam que isso é ser uma boa mãe, viver para os filhos, mas eu não acredito nisso. Ser uma boa mãe, é viver de si, sem colocar a felicidade nas mãos dos filhos, é se amar, e amar deixando o outro ser livre para seguir o seu caminho, na verdade este é o verdadeiro amor, que não cobra, compreende, liberta.
Bem, ainda não estou nem perto disso, mas quando olho para o Pedro com aquela carinha meiga e seu sorriso inocente, desejo do fundo do meu coração que ele seja livre para ser quem ele quiser, sem se preocupar com que os outros vão pensar ou dizer, livre para escolher o caminho que quiser, livre para sonhar seus sonhos próprios, livre para viver.