quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Ano Novo!

Estou tentando aprender que a vida não tem começo nem fim, ela é uma eterna continuidade.

Porém eu gosto da idéia de recomeçar, pensar que tenho uma nova chance de fazer melhor, construir coisas novas. Por mais que eu saiba que dia 1 de janeiro é só uma data, que a vida está no seu fluxo contínuo e perfeito, quero desejar a todos um novo recomeço, vamos construir um 2010 mais feliz, com mais amor e compreensão, que possamos fazer algo útil desta linda oportunidade que é VIVER!!!



"Para sonhar um ano novo que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente. É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre." (Carlos Drummond de Andrade)

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Cesárea em hospitais particulares de SP supera 80%

No primeiro trimestre de 2009, as cinco mais conceituadas maternidades particulares de São Paulo tiveram taxas de cesárea superiores a 80%. A taxa máxima recomendada pela Organização Mundial da Saúde é de 15%. Os números são do SINASC – Sistema de Informações de Nascidos Vivos e estão disponíveis no site da Prefeitura. Com 2 474 partos realizados no período, sendo 176 normais (taxa de cesárea igual a 92,89%), a maternidade Santa Joana é a recordista de cesáreas entre as maternidades mais conceituadas de São Paulo. É também o hospital particular que realizou o maior número de partos da cidade. A Pro Matre, pertencente ao mesmo grupo, tem a segunda maior taxa de cesárea (89,50%) e ocupa o segundo lugar em quantidade de partos (total de 1667, sendo 173 normais). A seguir, estão o Santa Catarina (taxa de cesárea de 88,85%), o São Luiz – unidade Itaim (87,37%) e o Albert Einstein (80,80%).





Fonte: Parto com Prazer

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Entrando em contato com o trauma do nascimento

Passei por um momento muito intenso da minha vida dias atrás, tão profundo, que não sei se vou conseguir reproduzir em palavras. Mas pensando que muitas outras gestantes podem passar por algo parecido, quero muito compartilhar.
Fiquei durante o meu oitavo mês de gestação com muuuitas dores na nuca, eram tão fortes que tomava tylenol de 6 em 6 horas, e mesmo assim a dor não dava trégua, fiz acupuntura, massagens, tomei remédio homeopático, fiz compressa quente, e nada resolvia, tinha momentos que eu me desesperava pensando que a dor nunca mais iria embora, que atrapalharia o meu trabalho de parto, e que ia dar tudo errado.

Além da dor, um sentimento de melancolia me envolvia, e eu não conseguia identificá-lo, chorava e me sentia sozinha mesmo próxima dos meus familiares mais queridos.
Assim as semanas foram passando, e na ultima semana do oitavo mês, mais precisamente com 36 semanas de gestação, eu li um texto que me levou a conversar com minha mãe sobre como ela se sentiu no dia do meu nascimento, este texto dizia que a gestante no final da gravidez, ou no trabalho de parto, pode retroceder, e entrar em contato com os sentimentos inconscientes que a envolveram no momento de seu nascimento.

Pois bem, minha mãe relatou que no dia do meu nascimento se sentiu muito triste, teve que ficar em uma sala de pré-parto durante uma noite inteira, sem a companhia do meu pai, ou de algum ente querido, se sentiu abandonada, angustiada, rejeitada, solitária, magoada com meu pai, que não ficou no hospital durante aquela noite, pois tinha que ajudar a cuidar do meu irmão, voltando ao hospital só no dia seguinte de manhã, ainda antes do meu nascimento.

Cada sentimento que ela descreveu que sentiu naquela noite, era exatamente o que eu estava sentindo, aparentemente sem motivo algum, chorei muito, como não chorava a muuuito tempo, minha dor na nuca naquele momento estava extremante forte, não conseguia conversar, só ouvia aquela história, e chorava sem parar, quanta tristeza!

Mas apesar do relato triste, ela foi me dizendo que aquele bebê não estava sozinho, que meu pai não tinha culpa por não estar lá naquela noite, que eu fui amada e querida por eles, dizia pra eu me libertar daquele sentimento, que hoje o momento era outro, e que eu não estava sozinha.

A conversa não foi muito longa, e depois de muitas lagrimas, e dor na nuca, resolvi ir dormir, não sei o que aconteceu naquela noite, mas algo mudou. Acordei na manhã seguinte para ir para trabalho estranhamente aliviada, tomei algumas gotas de dipirona, e nunca mais senti a tal dor na nuca.

Olhei para o meu pai naquela manhã com carinho, como se eu realmente tivesse compreendido que ele fez o melhor que sabia, que não me deixou sozinha, e que inclusive, por sabedoria da vida, estava naquele momento do meu lado, me servindo sem pedir nada em troca.



“Para mudar o mundo, é preciso mudar a forma de nascer.” Michel Odent, 1981.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Medo

Trocando alguns e-mails com minha obstetra, Dra Catia, falei sobre o medo que sinto quando me contam histórias trágicas de partos normais que deram errado, e da própria falta de segurança que as vezes tenho quando penso no dia do parto, ela com toda sua sensibilidade, além de me tranqüilizar, tocou meu espírito com uma poesia linda do filósofo Rudolf Steiner, que eu não poderia deixar de postar aqui:


Forjando a armadura

"Nego-me a submeter-me ao medo

Que me tira a alegria de minha liberdade

Que não me deixa arriscar nada

Que me torna pequeno e mesquinho

Que me amarra

Que não me deixa ser direto e franco

Que me persegue, que ocupa negativamente minha imaginação

Que sempre pinta visões sombrias

No entanto não quero levantar barricadas por medo do medo

Eu quero viver, e não quero encerrar-me

Não quero ser amigável por medo de ser sincero

Quero pisar firme porque estou seguro e não para encobrir meu medo

E quando me calo, quero fazê-lo por amor

E não por temer as conseqüências de minhas palavras

Não quero acreditar em algo só pelo medo de não acreditar

Não quero filosofar por medo de que algo possa atingir-me de perto

Não quero dobrar-me, só porque tenho medo de não ser amável

Não quero impor algo aos outros pelo medo de que possam impor algo a mim

Por medo de errar, não quero tornar-me inativo

Não quero fugir de volta para o velho, o inaceitável, só pelo medo de não me sentir seguro no novo

Não quero fazer-me de importante por temer que, do contrário, seria ignorado

Por convicção e amor, quero fazer o que faço

E deixar de fazer o que deixo de fazer

Do medo, quero arrancar o domínio e dá-lo ao amor

E quero crer no reino que existe em mim"

Rudolf Steiner

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Depressão Pós Parto

Agora que estou com 34 semanas, comecei a me preocupar com a depressão pós parto, pois as vezes me vejo apegada a este “status da gravidez”, afinal é um momento maravilhoso de nossas vidas, o bebê mexendo, os preparativos, os paparicos do marido e da família, os sorrisos e atenção até de pessoas desconhecidas quando estou na rua, no ônibus...


Tudo isso faz com que eu me sinta especial, não querendo perder esta fase tão encantadora.

Sei que não devo me apegar a uma única fase da vida, que pra ser feliz temos que deixar a vida seguir seu fluxo, sem apegos, sendo livre. É isso que estou tentado construir em mim.


Para saber mais a respeito fui pesquisar com minha psicóloga, minha obstetra, e em artigos. Aprendi bastante, e mesmo sem saber o que vai acontecer comigo, já estou um pouco mais preparada.


Para ajudar outras gravidinhas vai um pequeno texto sobre isso:



Baby Blues X Depressão Pós Parto


Logo após o nascimento do bebê pode ocorrer o baby blues, ou melancolia do pós-parto.

Surge, na maioria das vezes, até o quarto dia do nascimento, a explicação para o surgimento do baby blues é totalmente física, a baixa súbita dos hormônios da gravidez, geram esses sentimentos de vazio, falta de animo, lapsos curtos de memória, fadiga, ansiedade, inquietação, impaciência, irritabilidade, tristeza e choro sem nenhum motivo aparente, na maioria dos casos são sintomas leves, parecidos com uma TPM, que podem durar até 15 dias, e não precisam de nenhuma medicação.

O apoio e participação da família são fundamentais nessa hora, para que esse estado de angustia não se transforme em algo mais sério.

O baby blues é diferente da depressão pós-parto, não é uma doença, porém se muito intenso e longo demais pode ocasionar adiante uma depressão pós-parto.

A Depressão Pós-Parto (DPP) é um quadro clínico severo e agudo, esta associada a fatores hormonais e emocionais, sua duração pode ser de algumas semanas, podendo chegar a dois anos, há de se considerar o uso de medicação.

Uma gestante que não se preparou para os desafios do pós parto por exemplo, corre um risco maior de ter depressão, mulheres com histórico de transtornos afetivos, que sofrem de TPM intensa, que passaram por problemas de infertilidade, que sofreram dificuldades na gestação, mulheres submetidas à cesariana, vítimas de carência social, mães solteiras, mulheres que perderam pessoas importantes, que perderam um filho anterior, cujo bebê apresenta anomalias, que vivem em desarmonia conjugal, que se casaram em decorrência da gravidez, também. Porém mulheres com boa organização psíquica também podem se ver frente a esta situação.

Os sintomas da DPP são, irritabilidade, mudanças bruscas de humor, indisposição, doenças psicossomáticas, tristeza profunda, desinteresse pelas atividades do dia-a-dia, sensação de incapacidade de cuidar do bebê e desinteresse por ele, choro incontrolável, insônia, chegando ao extremo de pensamento suicidas e homicidas em relação ao bebê. O diagnóstico precoce é fundamental e para isso é necessário um acompanhamento em todo ciclo gravídico-puerperal, sendo a melhor forma de evitar, atenuar ou reduzir a duração da DPP.


Mamães, fiquem atentas aos sintomas da DPP e do Baby Blues, e não deixem de pedir ajuda!


Fonte: Marcio Candiani , Portal de Ginecologia , bebe net , bebe 2000